Antom Fente Parada.
As eleições do domingo deveriam abrir uma espaço de deliberação na esquerda que não fique em análises simples. Os resultados convidam a ensaiar novas fórmulas audazes que ninguém diz que vaiam ser fáciles sem avanços e retrocesos, mas que vão clarificando por onde deveriam ir as estratégias políticas da esquerda além dos curtoprazismos eleitorais.
Os partidos do régimem, mal que bem resistem. O PSOE jogou as suas cartas com efetividade e junto ao PP somam ainda 60% do eleitorado num contexto do mais adverso para eles. O PSOE freou a pasokização e colhe fôlegos no Estado e o PP encontra em Ciudadanos um adversário, mas um adversário que é aliado em frear a perda de votos populares para a abstenção ou para Podemos.
A aposta de Podemos de primar o partidário às alianças políticas também lhe sai mal. Por vez primeira, ficam por baixo do que lhe outorgavam os inquéritos e revelam-se os límites duma implantação social muito desigual do partido e a falta de experiência política que se traduz num conhecimento pobre sobretudo das mecánicas políticas não urbanas. E o que é pior, ainda que desde a direção do partido se diga que os resultados não são extrapoláveis ou que na noite eleitoral se falara de que começava "el cambio" novos inquéritos em Valência e Nafarroa apontam que atingiu certo teito eleitoral que vai exigir audácia nesse novo espaço político.
O momento do Frente Único e a Unidade Popular
Os partidos do régimem, mal que bem resistem. O PSOE jogou as suas cartas com efetividade e junto ao PP somam ainda 60% do eleitorado num contexto do mais adverso para eles. O PSOE freou a pasokização e colhe fôlegos no Estado e o PP encontra em Ciudadanos um adversário, mas um adversário que é aliado em frear a perda de votos populares para a abstenção ou para Podemos.
A aposta de Podemos de primar o partidário às alianças políticas também lhe sai mal. Por vez primeira, ficam por baixo do que lhe outorgavam os inquéritos e revelam-se os límites duma implantação social muito desigual do partido e a falta de experiência política que se traduz num conhecimento pobre sobretudo das mecánicas políticas não urbanas. E o que é pior, ainda que desde a direção do partido se diga que os resultados não são extrapoláveis ou que na noite eleitoral se falara de que começava "el cambio" novos inquéritos em Valência e Nafarroa apontam que atingiu certo teito eleitoral que vai exigir audácia nesse novo espaço político.
O momento do Frente Único e a Unidade Popular
La experiencia de estos últimos años demuestra que ese camino no es el más eficaz para llegar a la unidad anhelada; que con conferencias de unidad y proposiciones de congresos de fusión no se conseguirá absolutamente nada. La unidad hay que hacerla desde abajo, pasando previamente por la fase del frente único. La lucha contra la ofensiva patronal, los problemas que la revolución plantea, hacen aparecer diariamente a los ojos de la clase obrera la necesidad de coordinar y de unir sus esfuerzos. Andreu Nin (1931): "La situación política, el peligro fascista y la necesidad del Frente Único".
Outra lição das andaluzas é que no Estado espanhol já temos uma extrema direita moderna, com apoio mediático e económico e um apoio maciço electoral. Este é um feito novo no Estado, mais uma constante nos estados europeus na atualidade. Ciudadanos atinge em tempo récorde um resultado espetacular e a operação mediático-político para unificar a extrema direita e fagocitar a UPyD já começou.
A oligarquia do Estado espanhol, quase sem esforço económico e em poucos meses, já construi um plano B para confrontar a emergência duma esquerda não resignada e para seguir desprazando o "centro" político mais e mais para a direita. Não podemos, portanto, perder mais tempo em arriscar-nos em fazer a luta desde as nossas minorias políticas partidárias chamem-se Podemos, BNG, etc.
No campo contrário, a esquerda não remata de aceitar a sua pluralidade. Se Podemos quer atingir a "centralidade" que tanto persegue deve compreender que isso não passa pela indefinição e por ser um whisful thinking party onde cada um veja o que queira ver porque essa estratégia atingiu o seu límite. A negativa a aceitar a luta de classes e a existência do eixe esquerda-direita e tão perniciosa como a negativa a aceitar a pluralidade nacional do Estado. Por outras palavras, Podemos deve resgatar o que dizia antes das europeias e também apostar por um modelo organizativo menos hierárquico e clássico.
A rutura no Estado não pode atingir-se sem contar a nível do Estado com a base social e a experiência de IU, como não pode atingir-se sem apoiar-se nas organizações dos outros nacionalismos diferentes do espanhol, ou seja, as esquerdas soberanistas de Catalunya, Euskal Herria, Galiza, País Valencià ou Aragão. Podemos deve apresentar-se como uma formação de esquerdas, alimentar as lutas sociais e não obsessionar-se com o eleitoral como único campo de combate, para além de apostar pela autodeterminação dos povos. Podemos só não pode como não pode a esquerda soberanista atingir o seu horizonte estratégico sem procurar parceiros nas suas lutas.
Existe a luta de classes, que segue sendo motor da história, e, daquela, existe o eixo esquerda-direita e que é inseparável do eixo nacional tanto do Estado (frente à UE que converteu o Estado num protectorado das instituições europeias ao serviço da oligarquia globalizada) como nas nações sem Estado da Península (frente à oligarquia politicamente promiscua do capitalismo de amiguinhos canhí).
A oligarquia do Estado espanhol, quase sem esforço económico e em poucos meses, já construi um plano B para confrontar a emergência duma esquerda não resignada e para seguir desprazando o "centro" político mais e mais para a direita. Não podemos, portanto, perder mais tempo em arriscar-nos em fazer a luta desde as nossas minorias políticas partidárias chamem-se Podemos, BNG, etc.
No campo contrário, a esquerda não remata de aceitar a sua pluralidade. Se Podemos quer atingir a "centralidade" que tanto persegue deve compreender que isso não passa pela indefinição e por ser um whisful thinking party onde cada um veja o que queira ver porque essa estratégia atingiu o seu límite. A negativa a aceitar a luta de classes e a existência do eixe esquerda-direita e tão perniciosa como a negativa a aceitar a pluralidade nacional do Estado. Por outras palavras, Podemos deve resgatar o que dizia antes das europeias e também apostar por um modelo organizativo menos hierárquico e clássico.
A rutura no Estado não pode atingir-se sem contar a nível do Estado com a base social e a experiência de IU, como não pode atingir-se sem apoiar-se nas organizações dos outros nacionalismos diferentes do espanhol, ou seja, as esquerdas soberanistas de Catalunya, Euskal Herria, Galiza, País Valencià ou Aragão. Podemos deve apresentar-se como uma formação de esquerdas, alimentar as lutas sociais e não obsessionar-se com o eleitoral como único campo de combate, para além de apostar pela autodeterminação dos povos. Podemos só não pode como não pode a esquerda soberanista atingir o seu horizonte estratégico sem procurar parceiros nas suas lutas.
Existe a luta de classes, que segue sendo motor da história, e, daquela, existe o eixo esquerda-direita e que é inseparável do eixo nacional tanto do Estado (frente à UE que converteu o Estado num protectorado das instituições europeias ao serviço da oligarquia globalizada) como nas nações sem Estado da Península (frente à oligarquia politicamente promiscua do capitalismo de amiguinhos canhí).
Como construirmos Unidade Popular
A construção da unidade popular não se realiza às presas e em poucos meses prévios a umas eleições. Essas "conferências de unidade" das que falava Nin ou essas mareas que servem de casaca para os partidos são ensaios que, com certeza, em muitos locais gerarão mais frustração do que alegrias.
A unidade popular exige tecer espaços de deliberação mestizos, onde a confluência de contingentes cidadãos não organizados partidariamente e os organizados partidariamente abra o jogo e impeda o emprego partidário desses espaços. Espaços que possibilitem a mestizagem de culturas políticas distintas, de debates e propostas sectoriais plurais que sejam uma síntese das diferentes ideologias que confluem, etc. Exige muita paciência dos que não militamos formalmente em nenhum partido porque sabemos que todos os partidos quererão apropriar-se e por isso devemos dotar os espaços de confluência de organização e conteúdo político.
Para o campo nacionalista pode ser uma oportunidade para voltar encontrar-se consigo mesmo e com a sociedade. Uma oportunidade de impulsar o seu horizonte estratégico, sem renunciar por isso na Galiza a contar com forças políticas próprias, mas sem recluir-se sectariamente à margem doutras iniciativas políticas com presença na sociedade galega. E o mesmo à inversa, Podemos Galiza deve aceitar o feito diferencial da nação galega e apoiar-se no campo nacionalista para consolidar desde a base, num processo que exigirá por todas as partes generosidade e paciência, um frente único que permita atingir uma maioria social suficiente para mudar as cousas na Galiza e no Estado.
Porém, esta Unidade Popular não se pode construir desde os aparatos partidários. Deve emerger espontaneamente a unidade de ação desde a base e devemos começar a construí-la já, sem perder nem um minuto já que o caminho da confluência não vai ser doado e haverá que ir apagando suspicácias mútuas e tentativas de controlo por parte dos aparatos partidários. A unidade popular deve ser descentralizada, permitir a decisão comum de todo o que se acorde e a escolha e controlo dos representantes. Voltando a Andreu Nin a unidade popular cimenta-se por abaixo baseando-se, em primeira instância, no frente único que hoje são a construção de espaços comuns para atingir sínteses políticas e unificar a diversidade, começando a unidade de ação antes nas lutas setoriais dos movimentos sociais do que nas simples confluências eleitorais que podem ser flor dum dia.
Uma unidade popular sem a qual de pouco servirá atingir um ou outro governo. A unidade popualar é o motor que permitirá recompor uma muito fraca sociedade civil na Galiza, que deve ser a que nutra e empregue as instituições para empregá-las como alavancas para a transformação social e a retroalimentação das lutas setoriais.
Já que logo, Chantada pode apostar por tentar estar na vanguarda política à hora de construir as novas ferramentas políticas precisas para esta altura histórica ou seguir aferrando-se aos velhos partidismos e, de passo, pôr-lho mais fácil a direita e aos partidos políticos que nos conduziram até aqui.
Para o campo nacionalista pode ser uma oportunidade para voltar encontrar-se consigo mesmo e com a sociedade. Uma oportunidade de impulsar o seu horizonte estratégico, sem renunciar por isso na Galiza a contar com forças políticas próprias, mas sem recluir-se sectariamente à margem doutras iniciativas políticas com presença na sociedade galega. E o mesmo à inversa, Podemos Galiza deve aceitar o feito diferencial da nação galega e apoiar-se no campo nacionalista para consolidar desde a base, num processo que exigirá por todas as partes generosidade e paciência, um frente único que permita atingir uma maioria social suficiente para mudar as cousas na Galiza e no Estado.
Porém, esta Unidade Popular não se pode construir desde os aparatos partidários. Deve emerger espontaneamente a unidade de ação desde a base e devemos começar a construí-la já, sem perder nem um minuto já que o caminho da confluência não vai ser doado e haverá que ir apagando suspicácias mútuas e tentativas de controlo por parte dos aparatos partidários. A unidade popular deve ser descentralizada, permitir a decisão comum de todo o que se acorde e a escolha e controlo dos representantes. Voltando a Andreu Nin a unidade popular cimenta-se por abaixo baseando-se, em primeira instância, no frente único que hoje são a construção de espaços comuns para atingir sínteses políticas e unificar a diversidade, começando a unidade de ação antes nas lutas setoriais dos movimentos sociais do que nas simples confluências eleitorais que podem ser flor dum dia.
Uma unidade popular sem a qual de pouco servirá atingir um ou outro governo. A unidade popualar é o motor que permitirá recompor uma muito fraca sociedade civil na Galiza, que deve ser a que nutra e empregue as instituições para empregá-las como alavancas para a transformação social e a retroalimentação das lutas setoriais.
Já que logo, Chantada pode apostar por tentar estar na vanguarda política à hora de construir as novas ferramentas políticas precisas para esta altura histórica ou seguir aferrando-se aos velhos partidismos e, de passo, pôr-lho mais fácil a direita e aos partidos políticos que nos conduziram até aqui.
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