segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Algumas notas sobre a música "n'asturianu"

Antom Fente.

Mediada a década de setenta surde em Asturies o movimento Nuevu Canciu Astur, cantautores que empregaban o astur-leonês nas suas composições influenciados pela Nova Cançó Catalana e favorecidos pelos ventos de mudança e as novas condições sócio-políticas, coincidindo também com o surdimientu literário e o afortalamento do movimento de reivindicação da língua.

O folk vai-se fazendo com a supremacia. Os primeiros grupos começam a irromper na década de oitenta, alguns bem conhecidos a nível internacional como Llan de Cubel e Felpeyu. Llan de Cubel nasce em 1984 e editou cinco discos: Deva (1987), Na Llende (1990), L'otru llau de la mar (1992), IV (1995) e Un tiempo meyor (1999). Felpeyu nasce em 1991 e contava com dous integrantes galegos entre os seus fundadores, o que explica a presença de temas galegos nos seus começos a sua participação no recopilatório V Festival de Música Folk galega (1993). Em 1994 editam o seu primeiro disco Felpeyu, ao que seguem: Tierra (1997), Live Orveseas (2000, gravado em Ourense e que precedeu a sua gira por Austrália) e em 2002 Ya! publicado por uma companhia criada pelo mesmo grupo (Tierra Discos). Após um acidente de tráfico que os afasta dos cenários e lhe custa a vida a dous dos seus integrantes regressam aos cenários em 2007 e editam o seu, por agora, último disco Canteros (2008).

Porém, o rock fez-se esperar algo mais. Em 1987 nasce Dixebra que iria evoluindo incorporando ska, folk e ritmos de todo tipo... e sendo um grupo monolingüe em asturianu e reconhecido com vários prémios a nível internacional. Da primeira formação, na atulidade, apenas se mantêm Xune Elipe, o vocalista. Editaram os seguintes discos: Grieska (1990), ¿Asturies o trabayes? (1993), Apúntate a la llista (1995), Dieron en duru (1997), Glaya un país (2000), Sube la marea (2002), Ensín Novedá (2005), Amor incendiariu (2009) e Tiempos Modernos (2013). Dixebra esteve presente nalguma edição moderna do Castanhaço-rock de Chantada, concretamente em 2009.

Na onda agro-rock estão Los Berrones que desde o seu primeiro LP Voi Dicítelo (Fechu n'Asturies) converte-se num fenómeno de massas, com grande sucesso de vendas entre 1989 e 1990 com 20.000 cópias vendidas e êxitos como "Nun yes tu".  Nos noventa deram um concorrido concerto durante as festas patronais de Chantada. Em 1990 editam Si rompe, que rompa, em 1992 ¿Lo tuyo como ye?, em 1993 No, home non, em 1998 Da-y fuerte, em 1999 Diez años berrando, em 2003 República Independiente de Tolivia  e em 2004 um direto.
Na estela da música alternativa aberta por Dixebra seguiram outros grupos como La Tarrancha, Skama la Rede ou Avientu. Também começaram a explorar-se outros vieiros, como o grupo Mus no campo do pop e a música eletrónica.

Skama la Rede estivo presente no Castanhaço-rock de 2008 em Chantada, junto a bandas galegas como Skacha ou Skárnio. Este grupo de Candás, onde se organiza o Rebolleres Rock, edita em 2004 a sua primeira maqueta, Histories absurdes. Em 2005 sai do prelo La nuesa historia. Dous anos depois, em 2007, publicam Echaos a la mar e em 2010 Ye too mentira.

Avientu (dezembro em galego) nasce em 1994 e explora o folk-rock numa dimensão em certa medida ao que representaram Papaqueixos na Galiza. Em 1995 editam Tírate abaxo, logo ¿Y agora que...? (1996) e em 1999 Glayíos dende'l fondu antes de começar a dissolver-se.

O punk-folk explora-o Skontra, banda formada em 2001 com uma maqueta homónima de 2002. Em 2006 publica Semeya de la rabia e em 2008 Cantares pa dempués d'una guerra. Em 2010 aparece Mazcando miseries.

Pelo vieiro do rock, o ska, o hardcore e o funk andivo Gomeru, banda formada em 2004. Em 2005 publica Grieska na cai, em 2008 Bales de rabia e em 2009 Llume.

Em 1996 aparece o livro Llingua y rock de Xulio Elipe que é o primeiro em percorrer os grupos que até o momento apostaram pela música em língua astur-leonesa. No entanto, no folc e a música tradicional foram igualmente aparecendo novas vozes desde a segunda metade da década de noventa, muitas delas mulheres: Mariluz Cristobal Caunedo, Anabel Santiago, Liliana Castañón... incorporando elementos doutros géneros como o jazz.