quinta-feira, 22 de maio de 2014

Agro e cinema desde Chantada até Cans

Agro e cinema: No ronsel de Cans
Cans 2013. Foto: Rafa Costas.


Esta quarta-feira começou o Festival de Cans.O agroglamour foi desde o seu início um dos seus sinais de identidade ao longo das suas onze edições, que consolidaram este festival de curtametragens e nesta edição Chantada será representada através de Alfredo Pardo e Chantada Films, responsáveis do vídeo-clip "Narco-corrido ribeirao" do grupo também rural Liviao de Marrao.

 Com um destacado impato internacional e um peso sensível no panorama audiovisual galego, Cans mostrou as possibilidades da sua original proposta: novos jeitos de cultura além dos espaços urbanos. Porém o cinema Chantadino vai além de Cans e quer ubicar-se num espaço rural com expresões culturais próprias e, por vezes, na vanguarda cultural da Galiza, embora o foco normalmente recaia sobre os espaços urbanos na configuração urbanocéntrica do sistema-mundo capitalista atual.

Em Chantada lança-se a ideia do CINEMA PALHEIRISO, uma proposta que visa, por médio da restauração dum antigo palheiro da vila, criar uma sala de projeções recuperando a fórmula empregada pelas companhias itinerantes em muitas paróquias do país durante o século XX. Os responsáveis da iniciativa, o cineclube Os Papeiros e a Federação de Cineclubes da Galiza, explicam que se empregará para celebrar os trinta anos da Federação.



 

 Chantada Films promove igualmente desde há anos o Rural Underground, cinema de vanguarda que se associa à promoção e defesa da língua galega, da paisagem galega e da participação no cinema dos núcleos tradicionais de população: Garibolis, Lola ou O labirinto ário são algumas das suas curta-metragens; ao pé doutras iniciativas como numerosos spots, para o festival de música alternativa Castanhaço-rock, que vai caminho da sua XII edição neste 2014; ou vídeo-clips para grupos de rock da comarca como Miguel Costas ("No me da la gana") e Liviao de Marrao ("Narco-corrido ribeirao").

No seu site, explica-se que é um método expressivo de revolução estética vanguardista, inventando e experimentando atrevidos recursos fílmicos mediante o emprego de mecanismos narrativos para construir uma realidade alternativa que, apelando às emoções, consiga influir nas mentes e vontades. Curtas já que logo centradas em Chantada e na sua contorna. Uma excelente nova a sua nominação em Cans neste 2014 da que também se fez eco a televisão de Chantada: Televinte. Chantada tem um potencial cultural ingente, embora atomizado, o que require tecer redes de integração de iniciativas e propostas culturais feitas desde Chantada e para Chatnada.


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